Em muitos aspectos, mindfulness é uma habilidade simples porque apenas requer observar o que está acontecendo enquanto está acontecendo, usando todos os cinco sentidos. Por exemplo, reserve um momento para tentar focar no que entra pela porta de cada um dos seus sentidos, um por um.

◊ Audição – Feche os olhos e reserve um momento para ouvir os sons do ambiente. Deixe que os sons cheguem até você. Observe o que ouve, um som após o outro, com um ssentimento interno de reconhecimento. Não há necessidade de nomear o que você ouve.

◊ Visão – Abra os olhos e permita que eles tenham uma visão de grande amplitude. Mais uma vez, observe o que você vê, uma impressão visual após a outra.

◊ Tato – Feche os olhos novamente e observe a sensação do tato onde seu corpo encontra a cadeira ou seus pés tocam o chão.

◊ Olfato – Erga a mão e toque seu nariz e observe os aromas que se originam da sua pele.

◊ Paladar – Observe se há algum gosto na sua boca neste momento, talvez remanescente da última coisa que você comeu ou bebeu.

Falando de modo geral, estamos programados para a sobrevivência, não para a felicidade. Embora seja fácil estar consciente por um momento ou dois, é difícil manter esse estado mental, porque isso vai contra outras tendências naturais do cérebro. Neurocientistas identificaram uma rede interconectada de regiões cerebrais que está ativa quando a mente está em repouso e inativa quando a mente está engajada em uma tarefa – a rede em modo padrão. A rede em modo padrão inclui estruturas localizadas à direita abaixo da linha média do cérebro, da frente para trás. Essas partes se tornam altamente ativas quando nada em particular está capturando sua atenção, portanto a mente vagueia.

A rede em modo padrão faz três coisas básicas: (1) cria um senso de self, (2) projeta esse self no passado ou no futuro e (3) procura problemas. Por exemplo, você já teve a experiência de se sentar à mesa para comer uma refeição, e, antes que se desse conta, o prato inteiro de comida já havia acabado? Por onde andava a sua mente? Enquanto o seu corpo estava comendo, a sua mente estava em outro lugar – perdida na rede em modo padrão. A mente usa esse tempo “livre” para focar em problemas potenciais que precisam ser resolvidos. Isso é benéfico de um ponto de vista evolucionário, de forma que podemos antecipar as ameaças à nossa sobrevivência, mas é uma forma um tanto desagradável de viver.

Quando estamos operando no modo padrão, frequentemente estamos com dificuldades, mas não temos a presença de espírito de saber que estamos tendo dificuldades. Quando estamos conscientes, tomamos conhecimento da nossa narrativa interna e não ficamos tão perdidos nela.

Uma analogia frequentemente usada é a de estar em um cinema e ser arrebatado pelo drama, segurando o braço da cadeira quando o herói está a ponto de ser empurrado de um abismo. De repente, a pessoa ao seu lado espirra, e você se dá conta: “Oh, tudo bem, estou assistindo a um filme!”.


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